Com a proximidade das eleições de outubro, os parlamentares em Brasília têm intensificado a indicação de emendas ao orçamento federal, com vistas a reforçar o caixa dos municípios em suas bases eleitorais. Para os vereadores desses lugares, a movimentação representa uma oportunidade de auxiliar gestores em suas demandas, com especial foco na Saúde, para a qual a maior parte dos recursos é direcionada.
Porto Belo não é diferente, e cada confirmação de repasse federal é anunciada com pompa no plenário da Câmara Municipal. Foi o que ocorreu em sessão recente, quando Jonatha Cabral (Republicanos) dividiu com os colegas Juliano Guerreiro (Progressistas) e Magno Muñoz (MDB) o mérito por obter, do gabinete do deputado federal Hélio Costa, também do Republicanos, indicação de emenda no valor de R$ 300 mil, a serem aplicados no custeio de ações de atenção básica pela Secretaria Municipal da Saúde.
Jonatha antecipou a intenção, apoiada por Magno e Juliano, de indicar o uso dos R$ 300 mil para diminuir a lista de espera da Saúde, a exemplo de um requerimento protocolado na Casa naquela ocasião, de autoria de Joel Lucinda (MDB), solicitando a utilização das emendas na realização de cirurgias.
Voltando ao tema em fala na tribuna na segunda-feira (21), Cabral aproveitou para criticar o Governo de Santa Catarina que, em sua avaliação, pouco tem feito para dar vazão às cirurgias represadas desde o início da pandemia. “Eu já vi casos de pessoas que morreram esperando cirurgia”, lamentou.
Magno também falou sobre a questão da fila de espera e reforçou: “Vamos fazer um requerimento solicitando que [o recurso] seja usado em pequenas cirurgias ou exames de alto custo, porque tem uma fila, tem uma demanda, as pessoas estão nos cobrando lá fora, a saúde não pode esperar”.
O parlamentar estimou em R$ 2,5 milhões o total de verbas obtidas pelos vereadores e pelo Executivo em 2021. “Quem não pede, não ganha”, afirmou Magno, destacando a necessidade de articulação em Brasília para que os recursos cheguem até os cofres do município: “Existe uma forma política de fazer. Não é o ideal, a gente tinha que ter esse recurso aqui sem precisar passar o pires lá em Brasília ou em Florianópolis, mas não é assim que funciona”.