Segundo dados da DIVE/SC, 46 municípios estão em situação de epidemia e 26 pessoas morreram por causa da doença
Santa Catarina contabiliza o maior número de casos de dengue da história, um total de 32.206. Desses, 28.752 são autóctones, ou seja, foram contraídos dentro do Estado, de acordo com boletim epidemiológico divulgado nesta segunda-feira (9) pelaDIVE/SC(Diretoria de Vigilância Epidemiológica). Ao todo, 26 pessoas morreram por causa da doença.
Os casos estão distribuídos em 107 municípios de Santa Catarina, sendo que 46 deles atingiram nível de epidemia.
Em comparação com 2021, o último ano apresentou 19.133 casos da doença, sendo 18.752 autóctones. No ano passado ainda, o balanço contabilizava sete mortes.
Mapa dos municípios segundo a situação entomológica da dengue em Santa Catarina – Foto: DIVE/SC/Divulgação/ND
“O Estado vem passando por uma mudança no perfil entomológico relacionado à presença do Aedes aegypti, com a disseminação e manutenção do mosquito no território”, comenta João Augusto Brancher Fuck, diretor da DIVE.
“Esta condição tem contribuído para a transmissão do vírus, inclusive em condição de surtos e epidemias nos últimos anos. Epidemias de dengue foram registradas nos anos de 2015, 2016, 2019, 2020, 2021 e, novamente, esse cenário vem ocorrendo no ano de 2022 no estado”, alerta para a gravidade da doença.Além da operação Fim da Picada, a Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis também disponibiliza uma equipe que só atende denúncias que são repassadas pelo telefone 3212-3902, combatendo assim conjuntamente à população os focos e casos de dengue na Capital – Foto: Marcos Albuquerque/PMF/Divulgação/ND
Diante isso, conforme esclarece o órgão, é necessário intensificar as ações de controle vetorial em Santa Catarina, para reduzir os índices de infestação do mosquito e a curva de transmissão da doença, por meio de ações contínuas e integradas entre a vigilância sanitária e a população de cada município.
Intensificação das ações
Desde o final do mês de março, a DIVE está com uma nota de alerta emitida para os serviços de saúde por conta do aumento do número de casos e mortes confirmadas pela dengue no Estado, para que eles fiquem atentos à situação.
Ainda, capacitações virtuais foram realizadas nas regiões Oeste, Grande Florianópolis e Médio Vale do Itajaí para o atendimento de casos suspeitos. As aulas foram ministradas com apoio da OPAS (Organização Pan Americana de Saúde).
Além disso, as vigilâncias dos municípios do Estado também foram orientados sobre as ações necessárias para prevenir a doença. Entre elas:
- Reforçar as orientações à população, sobre as formas de prevenção da proliferação do Aedes aegypti;
- Intensificar as ações nas áreas com transmissão de dengue, febre de chikungunya e zika vírus, com atividades de mutirões ou forças tarefas;
- Reforçar as ações para inspeção dos locais e recipientes considerados de difícil acesso, realizando parcerias para verificação desses locais;
- Realizar as atividades de bloqueio de transmissão diante da notificação de casos suspeitos, com a eliminação e tratamento químico focal de recipientes;
- Avaliar os imóveis com risco de manter a dispersão do mosquito;
- Adotar as medidas administrativas sanitárias (autos de infração e intimação) sempre na ocorrência de constatação de irregularidades perante a legislação.
Ações por parte da SES (Secretaria de Estado da Saúde) também têm sido amplificadas em relação a capacitação de profissionais da saúde para a classificação de risco e manejo clínico dos pacientes com suspeita de dengue em Santa Catarina.
Para a população, é necessário que na presença de sintomas, como febre, dores de cabeça, dores pelo corpo, dores atrás dos olhos, entre outros, procure-se imediatamente um serviço de saúde, para receber as orientações corretas dos profissionais de saúde.
“É preciso reforçar que a prevenção à dengue é um trabalho conjunto e continuo”, salienta João Fuck.
Como eliminar criadouros?
- Evite que a água da chuva fique depositada e acumulada em recipientes como pneus, tampas de garrafas, latas e copos;
- Não acumule materiais descartáveis desnecessários e sem uso em terrenos baldios e pátios;
- Trate adequadamente a piscina com cloro. Se ela não estiver em uso, esvazie-a completamente sem deixar poças de água;
- Manter lagos e tanques limpos ou criar peixes que se alimentem de larvas;
- Lave com escova e sabão as vasilhas de água e comida de seus animais de estimação pelo menos uma vez por semana;
- Coloque areia nos pratinhos de plantas e remova duas vezes na semana a água acumulada em folhas de plantas;
- Mantenha as lixeiras tampadas, não acumule lixo/entulhos e guarde os pneus em lugar seco e coberto.
É importante esclarecer que o uso de inseticidas faz parte de ações complementares na prevenção da doença. Mas isso não quer dizer que você pode abrir mão dos cuidados semanais, pois os ovos do mosquito são muito resistentes e sobrevivem até mesmo por um ano em um local seco.
Dessa forma, quando esse mesmo local recebe água limpa, o ovo pode se desenvolver, por isso é importante eliminar a água acumulada.
(NDmais)