1º Campeonato Brasileiro de Bocha Paralímpica rolou em Curitiba visando os jogos Parapan-Americanos
Mais de 40 atletas, com idades entre 13 a 20 anos, participaram do 1º Campeonato Brasileiro de Bocha Paralímpica de Jovens, que rolou em Curitiba, no Paraná.
A competição é o primeiro passo para conquistar uma das onze vagas na Seleção Brasileira de Bocha Paralímpica, que vai levar a delegação para disputar os Jogos Parapan-Americanos da Juventude, que vão acontecer em novembro em Bogotá, na Colômbia.
Bocha Paralímpica: Atletas de todo o Brasil participaram da competição em Curitiba. – Foto: Grazi Massafera
O campeonato é promovido pelo Sesc Paraná e Associação Nacional de Desporto para Deficientes (ANDE), órgão regulador da modalidade no Brasil. Os escolhidos vão participar da Seleção Brasileira permanente e representar o país em competições nacionais e internacionais.
De acordo com Leonardo Baideck, diretor técnico da ANDE, os atletas já estavam sendo observados pela associação.
“Escolhemos eles para que pudéssemos ter a oportunidade de vê-los mais de perto e competindo entre eles e daqui renovar a equipe da Seleção”- declarou Leonardo.
Os atletas convocados vão receber semanas de treinamento do Comitê Paralímpico Brasileiro no Centro de Treinamento em São Paulo, com custos cobertos pela ANDE e Comitê, tanto para atletas quanto acompanhantes.
O treinamento continua na cidade de origem do atleta com acompanhamento virtual. Dependendo do desempenho nas competições por meio da Seleção Brasileira, os jovens podem pleitear bolsas internacionais, nacionais e estaduais.
O Brasil é considerado um celeiro na formação de atletas paralímpicos na modalidade Bocha. Em todas as categorias/classes está entre os três primeiros no ranking mundial.
Como a bocha é uma modalidade que se enquadra em deficiências severas, ela proporciona aos praticantes autonomia e independência, mesmo nas categorias com maiores restrições que exigem ajuda de um calheiro.
O jogador é quem gerencia e dá a diretriz ao ajudante que fica de costas para o campo. Além da autonomia, o esporte promove aos jovens convívio social, com a oportunidade de conhecer outros atletas.
Bocha Paralímpica
Considerado um jogo de estratégia, a bocha é uma modalidade que abre portas para pessoas com grau severo de comprometimento motor e/ou múltiplo e está presente em mais de 50 países, sendo praticado no Brasil desde 1970.
Pode ser jogada individualmente, em duplas ou em equipes, e é mista – homens e mulheres competem juntos e igualmente. Além de atletas com paralisia cerebral, também podem participar pessoas com outras deficiências.
Os atletas usam cadeiras de rodas e têm o objetivo de lançar 12 bolas coloridas (azul e vermelha) o mais perto possível de uma branca, conhecida com Jack ou Bolim.
É permitido usar as mãos, os pés, instrumentos de auxílio e até ajudantes no caso dos atletas com maior comprometimento. O esporte exige habilidade e eficiência, além, é claro, das técnicas e táticas adequadas dos atletas para vencer a disputa.Em algumas categorias, “o calheiro” pode ajudar o atleta no lançamento da bola – Foto: Ivo Jose de Lima/ND
Categorias
BC1: Destinada apenas para atletas com paralisia cerebral, que podem jogar com as mãos ou com os pés e podem ter um auxiliar para entregar a bola.
BC2: O atleta apresenta quadro de paralisia cerebral, mas nesta classe nenhum auxiliar é permitido. Um suporte ou cesto para bola pode ser adaptado.
BC3: É o atleta com maior grau de comprometimento motor. Neste caso, ele é assistido por alguém, que tem a função de direcionar a calha seguindo exatamente as indicações do jogador.
BC4: Atletas que são diagnosticados com condições de origem não cerebral central. Os jogadores nesta classe apresentam disfunção locomotora grave de todas as quatro extremidades, além de controle do tronco. Eles podem demonstrar destreza suficiente para jogar a bola na quadra e não são elegíveis para assistência.A Bocha Paralímpica tem basicamente 4 categorias divididas, sem separação dos naipes Feminino e Masculino – Foto: Grazi Massafera
Jogos Paralímpicos
As conquistas brasileiras nos Jogos Paralímpicos tiveram início com uma modalidade que, apesar de não continuar no programa paralímpico, é conhecida como uma espécie de bocha na grama. Foi no Lawn Bowls que Luiz Carlos da Costa e Robson Sampaio de Almeida faturaram a primeira medalha brasileira nos Jogos, com uma prata na disputa em duplas, em Toronto-1976.
Na bocha atual, o Brasil também é destaque. Já são nove medalhas, sendo seis de ouro, uma de prata e duas de bronze, todas conquistadas nas edições de Pequim-2008 (2 ouros e 1 bronze), Londres-2012 (3 ouros e 1 bronze) e do Rio-2016 (1 ouro e 1 prata).
O paranaense Eliseu dos Santos teve grande contribuição para os resultados brasileiros nos jogos realizados em Pequim, Londres e Rio de Janeiro.
(NDMais)