Apesar do público reduzido, parlamentares foram cobrados sobre problemas do bairro
PORTO BELO — Se era para escutar o que a comunidade tinha a dizer, os poucos mas vocais moradores do bairro não perderam a oportunidade. Durante a sessão ordinária itinerante realizada pela Câmara Municipal em Santa Luzia na noite desta quinta-feira (6), os parlamentares foram cobrados sobre problemas que a localidade enfrenta. E se prontificaram a tomar providências.
Quem serviu de porta-voz do bairro foi a faz-tudo, como ela mesma se definiu, do Centro Educacional Professora Alda Tavares dos Santos, escola do município onde ocorreu a sessão itinerante. Eleonir Maria da Silva, de 59 anos, a dona Branca da Escola, foi convidada a usar a tribuna antes das manifestações dos vereadores e não se fez de rogada: “puxou as orelhas” dos parlamentares (um dos quais, Ednaldo, é irmão da servente) e listou carências que, segundo ela e a meia dúzia de outros moradores presentes, a administração pública já havia prometido resolver.
A principal delas se refere à ponte que divide as duas “santas luzias”, uma portobelense e, a outra, tijuquense. Os moradores pedem a instalação de uma passarela naquele local, visto que, com o asfaltamento da avenida Neoli Cruz, aumentou o tráfego entre os dois municípios e, consequentemente, a dificuldade para quem precisa atravessar a estreita ponte a pé. Construção de uma praça, de um novo espaço para abrigar a creche, melhor aproveitamento do posto de saúde, limpeza de ruas, uma placa aqui, uma lombada ali foram outras das reivindicações apresentadas aos parlamentares.
Em resposta, dona Branca e os demais receberam informações sobre alguns projetos em andamento (Jonatha Cabral, do Republicanos, informou que o projeto de reforma do cais, também cobrada pelos moradores, está em fase de conclusão), e a garantia de que as demandas serão encaminhadas ao Executivo na próxima semana. Na avaliação de Diogo Santos (MDB), algumas delas são “muito, muito simples de resolver” e dispensam nova sessão ordinária para avançar. Ele convocou os colegas a bater na porta do prefeito Joel Lucinda (aliás, filho do bairro) já na segunda-feira (10): “É uma forma de dinamizar e é por isso que a gente está aqui na comunidade”, disse.
Para Branca, o encontro foi positivo. Ela só lamentou a pequena audiência: “Faltou gente, pra botar uma ideia melhor”, avaliou. Já para o presidente do Legislativo, Jonas Raulino (MDB), a reunião valeu: “Muito boa essa conversa com a comunidade”, considerou, já antevendo algumas pautas a abraçar. Dia 3 de novembro a Câmara tem nova itinerância pelos bairros. O novo destino ainda não foi definido.