Todos os anos cerca de 8 milhões de toneladas de resíduos plásticos vão parar nos oceanos.
O plástico está por toda parte no ambiente marítimo, desde as ondas que quebram nas praias até nos locais mais profundos do oceano. Lar de milhares de espécies marinhas, os oceanos são fundamentais para a vida de toda a população, sejam moradores do interior ao litoral, uma vez que mais da metade do oxigênio que a população mundial respira é fornecido por eles.
Atualmente, o mundo gera 242 milhões de toneladas de resíduos plásticos e todos os anos cerca de oito milhões de toneladas desses resíduos vão parar nos oceanos. Os dados são do programa Blue Keepers. O projeto estima ainda que se o planeta mantiver o atual cenário de produção comercial, a poluição plástica no ambiente marinho dobrará até 2030.
“Precisamos nos sensibilizar e entender o tamanho do problema e o impacto que ele causa na vida marinha e na qualidade da vida e da saúde humana”, alerta Victor Valente Silvestre, Diretor de Saneamento do Serviço Municipal de Água, Saneamento Básico e Infraestrutura, o SEMASA de Itajaí.
O diretor alerta que estudos indicam que até 2050 haverá mais plásticos no oceano do que peixes e destaca a necessidade de que tanto a população, quanto o poder público façam sua parte para preservar o ambiente marinho. “Quando falamos de combate ao lixo do mar não é algo que é resolvido nem de cima para baixo, nem de baixo para cima, ou seja, não é algo que só o poder público pode fazer, porque a população é o principal ator”, aborda Victor, que apresentará a palestra “As Ações das Cidades no Combate ao Lixo no Mar” no Summit Cidades 2022. O evento será realizado entre os dias 23 e 25 no Centro de Eventos Luiz Henrique da Silveira, em Florianópolis.
Sustentabilidade Ambiental
Milhares de resíduos plásticos já coexistem com os animais marinhos nos rios, lagos e oceanos. Para minimizar a poluição do ambiente aquático foram criadas ecobarreiras, barcos coletores de lixo e redes de coletas de resíduos. Contudo, Victor, que é mestre em Engenharia Ambiental pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), destaca a necessidade da sustentabilidade ambiental.
“Todas as tecnologias e soluções auxiliam mas nada é mais importante do que a redução do consumo, com um consumo consciente do plástico de uso único. E a partir disso, um gerenciamento adequado”, diz o diretor.
Para Victor, não é possível desassociar o despejo de resíduos no mar das mudanças climáticas. “O lixo no mar é tão prejudicial quanto as mudanças climáticas e o ser humano é o mais afetado. O Summit Cidades possibilitará a discussão desse tema com um público curioso por novas tecnologias e curioso por fazer a diferença”, finaliza.
Summit Cidades 2022
A 2ª Edição do Summit Cidades reunirá gestores públicos, profissionais e empresas do setor de tecnologia, acadêmicos e a população em geral em três dias de evento. Organizado pela Fundação de Estudos e Pesquisas Socioeconômicos (FEPESE), pelo Consórcio de Inovação na Gestão Pública (CIGA) e pelo Consórcio Interfederativo Santa Catarina (CINCATARINA), o Summit Cidades pretende propagar ideias e iniciativas de tecnologia e inovação.