A proposta anunciada pelo governador Jorginho Mello (PL) de colocar policiais aposentados para atuar nas escolas estaduais de Santa Catarina é vista com ressalvas dentro da categoria. Logo após o anúncio, na última segunda-feira (10), representantes da Associação dos Praças Militares (Aprasc) foram até a Assembleia Legislativa (Alesc) para marcar posição. A entidade diz que apoia a ideia do governador, mas quer discutir a valorização dos profissionais. Na prática, os policiais pedem um reajuste no salário pago ao aposentado que volta a trabalhar.
O projeto de Jorginho se utiliza de algo que já funciona há bastante tempo em SC: o Corpo Temporário de Inativos da Segurança Pública (Ctisp). No caso dos militares, por exemplo, eles deixam o posto e vão para uma “reserva remunerada”, que é a mesma coisa que é similar à aposentadoria dos cargos civis. O presidente da Aprasc, Nilton Facenda, diz que, atualmente, quem entra no Ctisp ganha 20% líquido do salário que recebe do Iprev.
Para a entidade, o valor é baixo, ainda mais se tratando de uma atuação como a que será feita pelos policiais nas escolas do Estado. Assim, a Aprasc já se reuniu com deputados para discutir a possibilidade de reajuste.
O movimento da Associação ocorre na Alesc porque é justamente lá onde o projeto vai aportar nos próximos dias. Nos bastidores, já se cogita que emendas vão propor o aumento salarial aos policiais do Ctisp, que envolve também bombeiros militares e policiais civis.
Caso isto ocorra, o governo terá de reavaliar os finanças. Pela ideia do anúncio do governador, o programa custará R$ 70 milhões por ano para colocar um policial em cada uma das 1.053 escolas estaduais. Com reajuste nos salários, a conta muda.
(NSC Total)