Outras duas seguem em acompanhamento médico
Na última semana três casos de meningite viral foram confirmados em Tijucas. Trata-se de três crianças estudantes de uma escola particular do município. Outras duas seguem sob investigação, ainda aguardando resultado de exames.
De acordo com a coordenadora da Vigilância em Saúde do município, Idarleni Daroci, desde que foi informada sobre a suspeita dos casos, a equipe da vigilância esteve na escola e orientou a direção e coordenadores sobre as medidas a serem tomadas, de acordo com os protocolos da DIVE (Diretoria de Vigilância Epidemiológica) do estado.
“Solicitamos que fosse feita a desinfecção e sanitização de todos os ambientes e mantivemos contato direto com os familiares das crianças que estão com casos confirmados e suspeitos da doença. Todos estão recebendo acompanhamento médico e nossa equipe segue em monitoramento constante de todas as unidades escolares para prestar todo o apoio e orientações necessárias”, disse a coordenadora.
Ela ainda afirma que “as meningites virais, cuja transmissão se dá, geralmente, de forma fecal/oral, por presença de vírus, costumam evoluir de forma benigna e não exigem medidas de quimioprofilaxia”, acrescenta.
Números do Estado
Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde, somente neste ano foram diagnosticados 532 casos de meningite em Santa Catarina, sendo a maioria de etiologia viral (MV), seguido dos casos de meningite não especificada (MNE) e bacteriana (MB); na sequência meningite por pneumococo (MP), meningite por outras etiologias (MOE), doença meningocócica (DM) e meningite tuberculosa (MTBC) sendo a meningite por hemófilos (MH) a de menor ocorrência.
Saiba mais sobre a doença
*O QUE É MENINGITE?
A meningite é um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. É uma doença contagiosa que pode ser causada por vírus, bactérias, fungos, entre outros agentes infecciosos. Também pode ser causada por agentes químicos, como medicamentos.
*QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS TIPOS DE MENINGITE?
Os principais tipos são: a viral e a bacteriana
*QUAL A DIFERENÇA ENTRE MENINGITE VIRAL E BACTERIANA?
A meningite viral costuma ser caracterizada, em sua maioria, por um quadro clínico benigno, isto é, menos grave. Geralmente, não há tratamento específico. A grande maioria dos pacientes se cura sem sequelas. Os sintomas assemelham-se aos de viroses mais comuns, como febre, diarreia e dor de cabeça, além de rigidez na nuca. Já a meningite bacteriana costuma ser mais grave e, dependendo dos casos, pode levar o paciente à morte em algumas horas após o aparecimento dos sintomas. Várias bactérias podem provocar meningite, porém o tipo mais grave é a causado pela bactéria chamada neisseria meningitidis (meningococo). Essa bactéria possui diversos sorogrupos. Em Santa Catarina, os sorogrupos circulantes são o B, C,Y e W.
*QUAIS OS PRINCIPAIS SINTOMAS DA MENINGITE?
Os principais sinais e sintomas são: febre alta que começa abruptamente, dor de cabeça intensa e contínua, vômito, náuseas, rigidez de nuca e manchas vermelhas ou arroxeadas na pele ou mesmo hematomas. Em crianças menores de um ano de idade, esses sintomas podem não ser tão evidentes e os pais ou responsáveis devem atentar para a presença de moleira tensa ou elevada, irritabilidade, inquietação com choro agudo e persistente e rigidez corporal com ou sem convulsões.
*QUAL É A FORMA DE CONTÁGIO?
Nem toda meningite é transmissível, mas dentre as transmissíveis, o contágio se dá, geralmente, por gotículas e secreções do nariz e da garganta. Por isso, os casos da doença costumam aumentar nos meses de frio. Tosse, espirro, beijo e compartilhamento de itens pessoais podem transmitir as meningites. Nas meningites virais, também tem papel importante a transmissão fecal-oral – quando o vírus é eliminado nas fezes de um paciente, contamina a água ou alimentos, e pode entrar em contato com outra pessoa através das mãos.
*COMO SE PREVENIR?
Há diversas formas de prevenção. Entre elas: manter os ambientes bem ventilados e, se possível, ensolarados, principalmente salas de aula, quartos, locais de trabalho e transporte coletivo; lavar as mãos frequentemente com água e sabão; manter rigorosa higiene com pratos, talheres, mamadeiras e chupetas; e evitar aglomerações. Além disso, é de extrema importância manter a carteira de vacinação em dia.