‘A gente não sabe o que perdeu’, diz grávida que precisou sair de casa submersa por enchente em SC

Elenice Granemann, o marido e os dois filhos estão há quase uma semana na casa de uma tia. Eles ainda não conseguiram voltar para casa, em Taió, no Vale do Itajaí

Faz quase uma semana que Elenice Granemann, grávida de 3 meses, saiu às pressas de casa com o marido e os dois filhos. As fortes chuvas em Taió, no Vale do Itajaí, causaram uma enchente que deixaram o imóvel onde ela mora submerso.

“Infelizmente a gente não sabe o que perdeu. A gente não conseguiu ir até a casa ainda porque está isolado lá. Tem muita água ainda”, disse.

Desde 3 de outubro, Santa Catarina sofre com as fortes chuvas. Dos 295 municípios do estado, 144 tiveram algum estrago provocado pelo mau tempo. Destes, 113 decretaram situação de emergência.

Elenice com família — Foto: Reprodução

Em Taió, Elenice está na casa de uma tia, que mora em cima de um morro, junto com outras duas famílias. Ela deu entrevista ao programa “Encontro” nesta sexta-feira (13).

“A gente passou por uma situação que a gente não esperava passar. Ninguém esperava passar por uma situação dessa. A gente morava de aluguel ali na casa há dois anos já e a gente tentou tirar as coisas da casa. O que a gente pôde erguer, a gente ergueu”, relembrou.

Apesar de viver a angústia de não saber a situação atual do próprio lar, Elenice afirmou que agradece por a família estar bem.

Família de Taió foi afetada pela chuva — Foto: Arquivo pessoal

“A gente é muito grato pela vida da gente porque as coisas a gente conquista, a gente corre atrás. Mas é um sentimento muito ruim”, resumiu.

Situação das chuvas em SC

Desde 3 de outubro, duas pessoas morreram e um bebê ficou ferido em Santa Catarina por causa das fortes chuvas. O estado teve alagamentos, deslizamentos e granizo, que atingiram residências, estradas e centros urbanos em diversas regiões.

Blumenau, na mesma região de Taió, enfrenta a maior enchente desde 2011 e começou a sexta-feira (13) com ruas alagadas e 88 pessoas desabrigadas. O nível da cheia histórica foi registrado quando o Rio Itajaí-Açu chegou a 10,61 metros.