O assunto foi debatido na sessão ordinária de segunda-feira. Parlamentares já haviam cobrado explicações sobre o caso
PORTO BELO — A interdição da ponte sobre o rio Perequê, na divisa entre Porto Belo e Itapema, ocorrida no sábado (18), após parecer técnico da Defesa Civil de Santa Catarina indicar agravamento de problemas estruturais, causou perplexidade entre moradores dos dois municípios e irritação entre os vereadores portobelenses. O assunto foi o mais discutido durante a sessão ordinária desta segunda-feira (20).
Um dos questionamentos citados pelos parlamentares foi que os laudos técnicos que apontam risco de queda da ponte datam de 2010. “Não precisa ser técnico para saber que essa ponte não vai desabar, ela é sustentada por oito sapatas, pode até ceder, mas não vai cair”, argumentou o emedebista Magno Muñoz.
O parlamentar destacou que o laudo é visual e que não houve teste de impacto e nem um parecer afirmando quantos centímetros a ponte cedeu. “A Câmara de Vereadores está empenhada em ajudar, não vai ficar nenhum projeto parado aqui em relação a essa ponte”, afirmou.
Magno ainda disse que, em agosto de 2021, o ex-prefeito do município, atual deputado Emerson Stein (MDB), quando na presidência da Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí (Amfri), encaminhou um ofício pedindo ao governador do Estado, na ocasião Carlos Moisés, averiguasse a mobilidade urbana da ponte do rio Perequê, porém não obteve resposta.
A declaração de situação de emergência do sistema viário de Porto Belo descreve que “no período de 17 de dezembro de 2022 a 17 março de 2023, transitaram aproximadamente 2, 18 milhões de carros, motos, pedestres, caminhões, ônibus, utilitários e ciclistas na referida ponte em ambos os sentidos, justificando a necessidade de construções urgentes destas duas novas pontes, visando a restauração do trânsito local dos dois municípios”.
Em fala na tribuna, Diogo Santos (MDB) observou que, em 2019, o então vereador Francisco Scottini e o parlamentar do município de Itapema, Fabrício Lazzari, fizeram reuniões com os poderes executivos de cada município para obter melhorias urgentes na ponte, porém, novamente, nada foi feito. “É desanimador estar em uma situação dessa”, declarou Diogo.
Na semana passada, houve a interrupção da passagem de veículos pesados pela ponte. Em resposta, os vereadores de Porto Belo protocolaram um requerimento no último dia 13 pedindo ao Executivo uma cópia do laudo técnico da Defesa Civil, projeto e cronograma de execução da nova ponte, além das medidas visando minimizar o impacto aos usuários e à economia dos dois municípios.
Ainda na noite de segunda-feira, o prefeito Joel Orlando Lucinda (MDB) pleiteou o apoio do Governo do Estado para a instalação de uma ponte emergencial entre Porto Belo e Itapema. Ontem (21), o governador Jorginho Mello (PL) reuniu-se com o general Paulo Roberto Viana, do departamento de engenharia e construção Exército, em Brasília, e pediu a instalação de uma ponte provisória, o que deverá ocorrer nos próximos dias. A previsão é que a estrutura fique no local por seis meses.
